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Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional de Refinarias de Petróleo e Seus Sistemas Críticos

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A ANP, através de sua atribuição de regulamentar e fiscalizar práticas de segurança operacional em atividades que integram a indústria de petróleo, aprovou em 2014 através da Resolução n°5/2014 o Regulamento Técnico N°2/2014 como segue descrito abaixo:

“Considerando que a ANP tem por finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis, de acordo com o estabelecido na legislação, nas diretrizes emanadas do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE e em conformidade com os interesses do País, na forma estabelecida no art. 8º da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 e no art. 2º,
Capítulo I, Anexo I do Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro de 1998;

Considerando que a ANP tem como princípio exercer a fiscalização no sentido da educação e orientação dos agentes econômicos do setor, bem como da prevenção e repressão de condutas violadoras da legislação pertinente, das disposições estabelecidas nos contratos e nas autorizações, conforme estabelece o inciso VI do art. 3º, Capítulo I, Anexo I do Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro de 1998;

Considerando que compete à ANP estabelecer os requisitos técnicos, econômicos e jurídicos a serem atendidos pelas empresas autorizadas a exercer a atividade de operação de refinarias de petróleo;

Considerando a necessidade de aprimorar critérios para implantação e operação de um Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) nas refinarias novas ou em operação, permitindo a documentação das condições de segurança operacional para atender às necessidades da ANP de fiscalização da atividade de refino de petróleo, torna público o seguinte ato:

REGULAMENTO TÉCNICO DO SGSO

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico ANP nº 2/2014 – Regulamento Técnico do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional para Refinarias de Petróleo, parte integrante desta Resolução.
REGIME DE SEGURANÇA OPERACIONAL” O Regulamento Técnico ANP n°2/2014, aprovado, trata do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional (SGSO) em Refinarias de Petróleo. Apesar de ter em seu título a
expressão “Refinarias de Petróleo”, o regulamento é mais abrangente, pois enquadra os seguintes tipos de unidades e atividades em seu escopo:

  • Instalações
    a) “Unidade de processo; – Instalação industrial que processa ou realiza tratamentos de
    petróleo, gás natural ou correntes intermediárias, gerando novas correntes
    intermediárias ou produtos acabados, mas sem incluir as instalações de processamento
    primário de gás natural destinadas ao preparo para a movimentação do gás natural
    produzido nos campos produtores.
    b) Unidades auxiliares; – Instalação industrial que objetiva fornecer insumos à operação das
    unidades de processo ou tratar rejeitos destas mesmas unidades.
    c) Unidades temporárias; – Unidade de processo ou modificação em unidade de processo
    existente com operação em prazo definido, que será convertida em definitiva ou desfeita,
    findo o prazo estabelecido e
    d) Unidades de transferência e estocagem

  • Atividades
    a) Processamento de petróleo;
    b) Processamento de derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, frações de petróleo e outros produtos; e
    c) Armazenamento de petróleo e derivados.”

A ANP visa, para as unidades e atividades tratadas acima, proteger a vida humana e o meio ambiente, através da adoção Práticas de Gestão. Para tanto considera como sistemas críticos de Segurança Operacional pelo menos os seguintes:
“a) Sistema de combate a incêndio
b) Sistemas instrumentados de segurança;
c) Sistema de detecção de fogo, gás e produtos tóxicos;
d) Sistemas de alarme de emergência;
e) Sistemas de shutdown de emergência;
f) Sistema de energia de emergência;
g) Sistema de iluminação de emergência;
h) Sistema de tocha;
i) Sistema de alívio de pressão; e
j) Os considerados como críticos pelas análises de risco.”

A ISA (International Society of Automation), como a Associação profissional sem fins lucrativos fundada em 1945 vem, ao longo desse tempo, padronizando as atividades e fornecimento de produtos através de normas, padrões e guias de boas práticas para atender também ao mercado de O&G. Portanto não poderia estar fora deste avanço nacional na gestão da segurança operacional das unidades on-shore da indústria do petróleo.

Para tanto a ISA disponibiliza em seu site (https://www.isa.org), para todos os seus associados, estas normas, procedimentos e guias para que os serviços e equipamentos instalados em uma unidade operacional estejam alinhados ao conhecimento técnico, experiência e providos de certificados adequados a cada instalação.

A ISA tem a norma ANSI/ISA-61511-2018 / IEC 61511:2016 (Antiga ISA 84.000.01) dedicada aos Sistemas Instrumentados de Segurança para a indústria de processo que inclui a indústria de O&G. Esta norma foi revisada recentemente e que está em fase de estudo e tradução por um grupo de especialistas em SIS associados à ISA.

A Norma ANSI/ISA-61511-2018 / IEC 61511:2016 abrange os requisitos para todo o ciclo de vida de um SIS (Sistema Instrumentado de Segurança) desde sua concepção até o descomissionamento como vem apresentado na figura abaixo:

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Os SIS são compostos por iniciadores, executores de lógica, e elementos finais em um sistema de automação, que monitoram os parâmetros necessários, e ao identificarem condições de risco, proporcionam o desligamento automático parcial ou total da planta de processo ou equipamento.

Quando identificado a necessidade de utilização de um SIS, normas e regulamentos aplicáveis ao ciclo de vida do sistema são seguidos no intuito de manter a confiabilidade do mesmo. Isso reflete na totalidade do sistema, ou seja, conceito inicial, projeto, implementação, operação e manutenção até o descomissionamento, além da qualificação de profissionais especializados e comprometidos com a qualidade, performance, segurança e integridade da planta operacional.

Enquanto o sistema básico de controle do processo (BPCS da sigla em inglês) é aquele responsável pela entrega final de um processo da maneira desejada, aumentando ou diminuindo a produção, por exemplo, o SIS roda em paralelo no intuito de prevenir impactos danosos tanto ao meio ambiente, como nos ativos do cliente final e à própria segurança pessoal.

Os acidentes ocorrem quando eventos com reduzida probabilidade são combinados. A prevenção destes pode ser obtida pelo uso de camadas de proteção independentes que dificultam a propagação de eventos perigosos e reduzem o risco do processo para níveis aceitáveis. Determinar e implementar as camadas de proteção adequadamente reduz a probabilidade de acidentes, porém também é efetivo investir no treinamento e segurança intrínseca ao processo.

Um tipo de camada de proteção independente é a Função Instrumentada de Segurança (SIF na sigla em Inglês). Uma ou mais SIFs compoem o SIS. A fim de disseminar o conhecimento técnico, a ISA divulga suas normas, promove eventos e forma grupos de trabalhos voltados ao estudo específico de cada norma, padrão e guia publicados.

Venha fazer parte da ISA-RJ e seja um membro da International Society of Automation (ISA), passando a ter acesso a este imenso mar de conhecimento com acesso facilitado às normas, cursos e eventos técnicos.

Por: Gabriel Pinto
FSEng. (TUV Rheinland, 4502/11, SIS)
ISA- Member No: 33715931

Artigo Técnico: Projetos de Instrumentação

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PROJETOS DE INSTRUMENTAÇÃO

 Resumo

Este artigo apresenta a necessidade de profissionais qualificados para a área de projetos de Instrumentação. Não pretendendo esgotar o tema, mas abrir espaço para um debate e a apresentação de soluções para a qualificação. Para isso é necessário além da utilização de softwares, ter conhecimento.

O fator de diferenciação entre os profissionais está no “Produto Final” entregue no que se refere à qualidade. Ou seja, tecnicamente correto, com apresentação coerente, atendendo as normas aplicáveis e os requisitos do cliente.

Palavras-chave: Projeto. Conhecimento. Software.

Abstract

This article presents the need for qualified professionals for Instrumentation projects. Not purpose to exhaust the theme, but to open space for a debate and the presentation of solutions for the qualification. For this it is necessary besides the use of software, need to have the knowledge.

The difference between professionals is in the project delivered due to quality. That is, technically correct, with consistent presentation, attending applicable standards and customer requirements.

Keywords: Project. Knowledge. Software. 

  1. Introdução

Este artigo tem por finalidade oferecer uma visão da importância de fazer um Projeto de Instrumentação e do Conhecimento em toda e qualquer área.
Os cursos da ISA seção Rio de Janeiro, podem proporcionar aos que cursarem conhecimento, empregabilidade e satisfação profissional.

  1. Sobre a ISA

A ISA através de seus eventos, cursos entre outros benefícios pode oferecer ao profissional as seguintes possibilidades:

  • Estabelecer uma identidade profissional;
  • Fornecer documentação e reconhecimento de conhecimentos, experiência e educação;
  • Oportunidades de promoção, os aumentos salariais, a portabilidade de emprego;
  • Incentiva a vida de aprendizagem ao longo e desenvolvimento profissional.
  1. Sobre Projeto

A Engenharia, do latim ingenerate, significa criar. Existem várias especialidades de engenharia e para construir ou fabricar as “coisas” do dia a dia necessitamos de um projeto. Com a Instrumentação é da mesma forma. A execução de um projeto de engenharia possibilita a construção do objeto contratado que pode ser uma fábrica, uma planta petroquímica, uma plataforma de petróleo, um oleoduto, um gasoduto, uma refinaria, um navio, uma siderúrgica, uma planta farmacêutica, uma planta de bebidas e alimentos etc.

Pergunta:

Você andaria em um avião que foi construído sem projeto?
Pode até ser, mas…..

Ao longo de nossa vida profissional constatamos que uma planta industrial para operar bem, deve ter um projeto adequado e coerente com os requisitos definidos no projeto conceitual e no projeto básico.

Quando falamos em um projeto, no caso de instrumentação temos como finalidade principal produzir:

Documentos Técnicos tais como plantas, detalhes diagramas, listas e documentos técnicos tais como especificações técnicas, memórias de cálculo, memoriais descritivos etc.
No final deste artigo, apresentaremos um fluxograma detalhando essa documentação.

  1. Primeira Passos

 Para Fazer um projeto de engenharia de Instrumentação ou de outra disciplina qualquer deve se:

  • Identificar suas diversas etapas;
  • Definir os recursos humanos;
  • Saber quais os requisitos do cliente;
  • Saber quais documentos serão necessários;
  • Saber quais normas devemos utilizar;
  • Definir demais recursos a utilizar;

Cabe esclarecer que aqui não estamos falando de gestão de projetos com suas áreas de conhecimento, mas sim da parte operacional.

  1. Conhecimento

 AGORA UM MOMENTO DE REFLEXÃO

SOFTWARE X CONHECIMENTO

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A resposta é fácil.

AMBOS

Em 1979 quando começamos a trabalhar em projetos, no nosso caso, de Instrumentação, este era executado em papel vegetal e nanquim.
Utilizávamos: Mata-gato, aranha, Gillette e as cópias e documentos eram emitidas em sépia.

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Hoje utilizamos: computador, tablets, smartphones e softwares. A emissão em papel é feita por impressoras ou plotter.
Isso é nostalgia?
Não, é só para mostrar que ao utilizar as ferramentas antigas era necessário conhecimento. Com a utilização de softwares é a mesma coisa.
Então porque estamos falando nisso?Porque é mais comum do que se pensa as empresas terem um profissional que saiba usar o software, mas não tem o conhecimento técnico necessário para utilizar essa ferramenta.

Devemos sim utilizar softwares, mas com o CONHECIMENTO necessário. (1)

  1. Documentação de um projeto de Instrumentação

Neste artigo não pretendemos esgotar todos os documentos possíveis para um projeto de Instrumentação e apresentamos um fluxograma com uma visão geral de um projeto de engenharia de Instrumentação.

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Cabe ressaltar que a ordem cronológica é muito importante deve ser bem definida no planejamento e cronograma. Entretanto nem sempre é possível obedecer esta ordem e alguns documentos podem ficar incompletos aguardando seu predecessor e ser complementado posteriormente.

O detalhamento dos documentos apresentados neste artigo, à documentação restante de projetos e o modo de execução é objeto de nosso curso específico de Projetos de Instrumentação.

Conclusão
Em nossa experiência com gestão de projetos e pessoas verificamos que a necessidade de engenheiros, técnicos e projetistas serem treinados em projetos vai muito além do know-how técnico. A fim de disseminar o conhecimento técnico, a ISA além de divulgar suas normas, promove eventos, publica livros, forma grupos de trabalhos voltados ao estudo específico de cada norma, padrão e guias publicados, bem como oferece uma gama de cursos e treinamentos.

Venha fazer parte de nossa equipe ISA-RJ e ter acesso a este imenso mar de conhecimento.

Seja um associado ISA

  1. Sobre o autor

Marco Luiz dos Santos que atua desde 1978 em projetos de instrumentação, a partir de 2001 também em automação e atualmente é Consultor em Projetos, Professor universitário e realiza trabalho voluntário como Diretor Secretário na International Society of Automation (ISA) seção RJ. Possui graduação em Engenharia Mecânica, Pós- graduação em Docência Superior (ISEP), MBAem Gestão de Negócios e TI (FGV RJ), MBA em Gestão de Empreendimentos de Projetos de Engenharia (Promimp FGV RJ);

Marco Luiz dos Santos

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